O retrocesso não cessa. Ontem, pela sexta vez em apenas sete dias de negócios, o frango vivo comercializado no interior paulista sofreu nova baixa de cinco centavos, sendo negociado por R$3,30/kg.
Como até o início da semana passada o produto era negociado por R$3,60/kg (valor que permaneceu inalterado por quase 60 dias), o recuo de preço tanto em uma semana como em um mês chega, no momento, a 8,33%.
Já em relação ao mesmo dia do ano passado, o valor atual é apenas 10 centavos superior (R$3,20/kg em 18 de junho de 2018). Como isto corresponde a um incremento anual de apenas 3,12%, o frango vivo já é comercializado por um valor real inferior ao de um ano atrás, já que a inflação acumulada nos últimos 12 meses supera esse índice de incremento.
Teoricamente, essas baixas deveriam acabar e o mercado firmar-se, pois nos dois primeiros dias da semana o frango abatido – principal fator de desvalorização da ave viva – voltou a registrar breves altas de preço. Mas – é fácil perceber – tais altas advêm de antecipações de compra devido ao feriado de amanhã, 20. Além disso, a valorização ora registrada está sendo obtida graças, exatamente, ao desvio para o mercado do frango de parte dos abates que estariam sendo realizados pelas integrações e que, de outra forma, estariam ampliando a oferta de aves abatidas.
Em outras palavras, o mercado independente continua super abastecido. Sob tais circunstâncias fica difícil (senão impossível) dizer quando será atingido aquele ponto de estabilidade em que cessam as baixas. À primeira vista, não antes da virada do mês. E junho ainda tem pela frente mais nove dias de negócios.